segunda-feira, abril 27, 2015

Como as árvores


Duy Huynh
Inclino-me, como as árvores,
à passagem do vento,
rendo-me aos seus doces sussurros,
sedutor incorrigível, quando a tarde declina...

Inclino-me, quando impetuoso,
rompe pelos caminhos e sibila
nas folhas.

Inclino-me, mas não parto...

Como as árvores, tenho raízes
que me prendem ao chão
e ramos no lugar dos braços.

Como elas, acolho, sem os abraçar,
os pássaros que buscam agasalho

Oiço-os cantar – e quero ser ave.
Vejo-os voar – e quero, no lugar dos ramos,
no lugar dos braços, ter asas.

Deep, 27 de Abril de 2015

10 comentários:

  1. Quando vem a poesia eis que as asas surgem.
    Cadinho RoCo

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  2. Um belíssimo poema!

    E a imagem é muito gira!

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  3. a força da natureza!

    e da poesia que te dá asas e força.

    muito belo!

    :)

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  4. os ramos se façam asas - e as raízes caminho.

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  5. Todos buscamos um agasalho com que nos abrigar.
    A natureza é o mais leal de todos os agasalhos.
    bj

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  6. Obrigada a todos pela companhia e pelas palavras simpáticas.

    Um bom domingo. :)

    Abraço

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  7. "como as árvores, tenho raízes" - e essas raízes se espalham e ganham força, não deixando que sucumba.
    Também quero ser como as árvores ;)

    bj amg

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