sábado, abril 25, 2015

Abril de Sim e de Não


Eu vi Abril por fora e Abril por dentro
vi o Abril que foi e Abril de agora
eu vi Abril em festa e Abril lamento
Abril como quem ri como quem chora.

Eu vi chorar Abril e Abril partir
vi o Abril de sim e Abril de não
Abril que já não é Abril por vir
e como tudo o mais contradição.

Vi o Abril que ganha e Abril que perde
Abril que foi Abril e o que não foi
eu vi Abril de ser e de não ser.

Abril de Abril vestido (Abril tão verde)
Abril de Abril despido (Abril que dói)
Abril já feito. E ainda por fazer. 


Manuel Alegre, 30 Anos de Poesia

3 comentários:

  1. O ciclo das marés
    de cravo em riste

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  2. Luísa, eu era muito pequena, naquele dia, conheço apenas a história. Mas sinto que ainda falta acontecer uma verdadeira revolução, sobretudo nas mentalidades. Ainda há muitos restícios de ditadura disfarçados, o que é pior. Acho!
    Beijo grande e bom domingo!

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  3. Tem de ser, Mar Arável. :)

    Paula, eu tinha acabado de fazer cinco anos, mas também só me lembro de algumas histórias e de, algum tempo depois, aparecerem militares na vila.
    Como tu, acredito que há ainda muito por fazer, muitos preconceitos, muitas mentes fechadas. Falta, como referes, acontecer uma revolução nas mentalidades, sobretudo nascer uma cultura de honestidade.

    Beijinho e boa semana! :)

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