Palavras que disseste e já não dizes,
palavras como um sol que me queimava,
olhos loucos de um vento que soprava
em olhos que eram meus, e mais felizes.
Palavras que disseste e que diziam
segredos que eram lentas madrugadas,
promessas imperfeitas, murmuradas
enquanto os nossos beijos permitiam.
Palavras que dizias, sem sentido,
sem as quereres, mas só porque eram elas
que traziam a calma das estrelas
à noite que assomava ao meu ouvido...
Palavras que não dizes, nem são tuas,
que morreram, que em ti já não existem
- que são minhas, só minhas, pois persistem
na memória que arrasto pelas ruas.
Pedro Tamen, Tábua de Matérias
Este poema é tão bonito..
ResponderEliminarBoa memória partilhada
ResponderEliminarÉ sim, Ana: :)
ResponderEliminarAs boas memórias devem ser partilhadas, Mar Arável. :)
e assim se permanece :)
ResponderEliminarAs palavras são cinzel do tempo, que esculpimos a pedra bruta da vida, lapidando a geometria dos dias.
ResponderEliminarUm próspero 2015 repleto de tudo aquilo que almejas.
http://diogo-mar.blogspot.com/