quinta-feira, maio 15, 2014

E, de súbito


E, de súbito, há essa luz
que se espalha sobre a tarde,
essa luz invasora
que traz o passado pela mão,
que o arrasta,
e mo devolve em fragmentos,
como um tempo já sem préstimo.

E, de súbito, é verão na primavera…
Vozes antigas ecoam na minha cabeça
como um mantra,
como uma ladainha,
uma canção infantil.

Vejo-me  menina,
alma sem mácula e sem mágoas,
corpo pequeno que se enrola
nas palavras alheias,
pronunciadas sem pressa.


Deep, 15 de Maio de 2014

9 comentários:

  1. Não há poemas perfeitos, mas, se os houvesse, este seria um deles. De tal modo que até gostaria de ter sido eu a escrevê-lo...
    Excelente, gostei imenso.
    Tem um bom fim de semana, querida amiga.
    Beijo.

    ResponderEliminar
  2. Bonito. Parabéns! :)

    ResponderEliminar
  3. Muito obrigada, amigo Nilson. Como não ficar comovida com tamanho elogio.
    Um bom fim-de-semana. Beijo

    Anónimo, muito obrigada!
    Um bom fim-de-semana. :)

    ResponderEliminar
  4. Muito bonito! Muito verdadeiro!

    E a foto também.

    Boa semana!

    ResponderEliminar
  5. Muito obrigada, Isabel!
    Boa semana. Bj

    ResponderEliminar
  6. e de súbito
    as recordações ecoam em nós

    muito belo!

    :)

    ResponderEliminar
  7. E é bom perpetuar essa condição por entre as névoas e alegrias de cada dia...

    :)

    ResponderEliminar
  8. Obrigada, Piedade, Rui e Daniel!

    Bom resto de semana! :)

    ResponderEliminar