(Desenho da autoria da minha irmã)
Eu queria que o Amor estivesse realmente no coração,
e também a Bondade,
e a Sinceridade,
e tudo, e tudo o mais, tudo estivesse realmente no
coração.
Então poderia dizer-vos:
"Meus amados irmãos,
falo-vos do coração",
ou então:
"com o coração nas mãos".
Mas o meu coração é como o dos compêndios.
Tem duas válvulas (a tricúspida e a mitral)
e os seus compartimentos (duas aurículas e dois
ventrículos).
O sangue ao circular contrai-os e distende-os
segundo a obrigação das leis dos movimentos.
Por vezes acontece
ver-se um homem, sem querer, com os lábios apertados,
e uma lâmina baça e agreste, que endurece
a luz dos olhos em bisel cortados.
Parece então que o coração estremece.
Mas não.
Sabe-se, e muito bem, com fundamento prático,
que esse vento que sopra e ateia os incêndios,
é coisa do simpático.
Vem tudo nos compêndios.
Então, meninos!
Vamos à lição!
Em quantas partes se divide o coração?
António Gedeão, Poesias Completas
escolheste um poema muito bonito do António Gedeão, mas confesso que fiquei muito surpreendida com a imagem.
ResponderEliminara tua irmã tem imenso talento.
boa semana.
beijos
:)
Muito obrigada, Piedade. A mana também agradece. :)
ResponderEliminarBoa semana. Beijos
O poema é lindo e adorei a imagem!
ResponderEliminarEstá ligada a artes, ou é só auto-didacta?
Um beijo e continuação de boa semana!
Muito obrigada, Isabel.
ResponderEliminarA minha irmã tem formação na área.
Beijo e bom resto de semana.:)
Sempre genial este poeta...mas com uma simplicidade.
ResponderEliminarBeijinho
~CC~
Sem dúvida, CC. :)
ResponderEliminarUm beijinho e bom fim-de-semana