Não sei quando o acto de escrever se tornou para mim uma espécie de urgência. Talvez desde a adolescência.
Lembro-me de ter começado a escrever em cadernos, com a função de diários, nessa altura e de ter escrito, provavelmente quando frequentava o 9.º ano, uma história, que ocupou todo um caderno A5.
As primeiras tentativas de dar sentido a uns versos e de os fazer coincidir com o que sentia ocorreram, se a memória não me trai, no final do 12.º ano. Julgava-me, então, verdadeiramente apaixonada por um rapaz de bonitos olhos castanhos, com sentido de humor e popular, como amigo, entre as raparigas. Os pretensos poemas surgiram da saudade antecipada.
Já na faculdade, longe de casa, da família, entregue a um Porto que, nos primeiros dois anos, me pareceu demasiado soturno, aventurei-me novamente na escrita em verso, num tom também ele soturno, de lamento. Caí, um dia, na tentação de os mostrar a uma pessoa que também escrevia - melhor do que eu, reconheço - e que era muito importante para mim. Disse-me que lhe pareciam muito pessoais, comentário que entendi como forma de me dizer que não valia a pena continuar a escrever. Na sequência deste episódio, bloqueei, deixando, por isso, de escrever em verso - pois sempre escrevi "diários" - por largo tempo.
Hoje sei que faltam maturidade e qualidade às coisas que escrevo e que vou partilhando. Sei que os meus escritos estão longe de agradar a muita gente. A ausência de comentários aos meus "devaneios poéticos", se não diz tudo, diz muito. Ainda assim, escrevo e, mais, publico. Escrevo por necessidade - de entender aquilo que me rodeia, de me conhecer, de estabelecer pontes com os outros,... - e talvez seja também por uma qualquer espécie de necessidade que dou a conhecer aquilo que escrevo.
quase nunca comento mas quase sempre vou lendo
ResponderEliminar(isto, claro, é outro quase não comentário :) )
Eu sei que algumas pessoas passam regularmente e que não deixam comentários e isso, por si, já é um bom sinal. Eu própria faço isso.
ResponderEliminarObrigada pela companhia. Boa semana. :)
É mesmo isso: as pessoas lêem, gostam (ou não) mas não comentam por falta de tempo ou paciência.
ResponderEliminarMas se continuam a vir espreitar e ler é porque gostam.
Este é um dos blogues que gosto e onde comento!
Uma boa semana
ResponderEliminarTer a ideia de que a escrita que temos não é boa só pode ser um incentivo para escrever mais. Quanto mais se escreve, melhor!
Medir a qualidade do escrito pelo número de comentários é um erro. Uma coisa não tem ligação com a outra, neste contexto.
Para escrever deve bastar-nos a paixão pelas palavras.
Um beijo
Eu sei que é assim, Isabel. Obrigada pela companhia e pelas palavras, sempre simpáticas. :)
ResponderEliminarBoa semana.
Lídia, é verdade. Talvez seja por isso que não desisto de escrever: a esperança de um dia escrever melhor!
Obrigada também pela companhia e pelas palavras de incentivo.
Um beijo
Escrever é a única maneira de ouvir o silêncio. O nosso silêncio.
ResponderEliminarDeixo um beijo
Talvez seja por isso, Anna, que gosto de escrever quando todos dormem.
ResponderEliminarUm beijo
E que tal escrever, apenas porque nos dá prazer?
ResponderEliminarBj
É, certamente, a melhor atitude, Armando Sena. :)
ResponderEliminarBj