sábado, outubro 12, 2013

Não soube da tarde

Não mais que um devaneio... sem título!



Não soube da tarde
senão pela mudez das pedras,
pelo êxtase iluminado das árvores.

Ébria de memórias,
errei por caminhos de pó,
por trilhos de quietação.

Bebi, em sorvos lentos,
o aroma agreste das estevas,
bebi-me inteira, de um trago,
sem que me conhecesse.

Reencontrei-me no canto nocturno
das cigarras,
no restolhar animal e anónimo,
numa saudação longínqua de estrelas.

Agosto de 2013

6 comentários:


  1. Sobressai a ideia de comunhão com a natureza "Bebi, em sorvos lentos,
    o aroma agreste das estevas" como um regresso ao tempo primordial. Renascimento.


    Bjs

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  2. Obrigada, Lídia, pelas palavras.

    Bom domingo. Bjs

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  3. Que belíssimo passeio me foi oferecido nesta leitura.
    Um passeio por lugares eternos e raianos, no melhor agosto.

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  4. Obrigada, Jorge, pela palavras e pela "companhia". :)

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