O seu corpo perfeito, linha a linha,
derramava-se no meu, e eu sentia
nele o pulsar do próprio coração.
Moreno, era a forma das pedras e das luas.
Dentro de mim alguma coisa ardia:
a brancura das palavras maduras
ou o medo de perder quem me perdia.
Hoje deitei-me ao lado da minha solidão
e longamente bebi os horizontes.
E longamente fiquei até sentir
o meu sangue jorrar nas próprias fontes.
Eugénio de Andrade, As mãos e os frutos
Imagem de Erika Hopper
Somos todos um pouco solitários.
ResponderEliminarO poema é lindo e gostei da imagem. Não conheço a pintora. Vou investigar no Google.
Bom fim-de-semana!
A solidão é tramada...
ResponderEliminarBela escolha poética.
Tem um bom fim de semana, querida amiga.
Beijo.
Isabel, somos irremediavelmente solitários, ainda que amemos ou nos amem... não tenho dúvida!
ResponderEliminarTambém não conhecia a pintora até ontem. :)
Um óptimo fim de semana. Bjs
Nilson, pois é e, como já escrevi, irremediável... mas "iludível".
Um beijo e um óptimo fim de semana, poeta. :) Um beijo