segunda-feira, setembro 16, 2013

And so on, and so forth

Mas vejam que miséria quando o clube
perde em casa, quando chove no molhado
do recreio a tarde toda, quando o carteiro

faz greve e o outono se insinua -
vejam que miséria este défice de razões
para pôr em movimento a roda perra

do dia, esta pomba trucidada pela ambulância
que guina, enquanto o vizinho almoça e o poeta
transfigura - mas vejam que miséria

quando a arte não resgata e a orquestra
não anima e o amor torna mais árdua
a triste faina da vida.

Rui Pires Cabral

O título pertence a Christopher Isherwood (Lions and Shadows)

6 comentários:

  1. São também esses dias que nos fazem renascer.
    ab

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  2. Assim é, Mar Arável e Armando Sena. ;)

    Bom resto de semana para ambos.

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  3. Barco encalhado com a terra à vista...


    Belo poema!

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  4. dá vontade de dizer que os genes não falham... :) Que belo poema! Obrigada, Luísa... Beijinhos

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  5. É, sim, Lídia. :)

    É caso para dizer, Virgínia, que "filho de peixe sabe nadar"!

    Beijinhos

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