Edward Hopper, "Morning Sun"
Se o vires, diz-lhe que o tempo dele não passou;
que me sento na cama, distraída, a dobar demoras
e, sem querer, talvez embarace as linhas entre nós.
Mas que, mesmo perdendo o fio da meada por
causa dos outros laços que não desfaço, sei que o
amor dá sempre o novelo melhor da sua mão. Se
o encontrares, diz-lhe que o tempo dele não passou;
que só me atraso outra vez, e ele sabe que me atraso
sempre, mas não de mais; e que os invernos que ele
não gosta de contar, mas assim mesmo conta que nos
separam, escondem a minha nuca na gola do casaco,
mas só para guardar os beijos que me deu. Se o vires,
diz-lhe que o tempo dele não passa, fica sempre.
Maria do Rosário Pedreira
(Texto surripiado daqui.)
uma boa escolha.
ResponderEliminargosto de todos os poemas sem excepção da Maria do Rosário Pedreira.
um beijo
:)
Que lindo...comprei o último livro dela, o da poesia completa.
ResponderEliminar~CC~
Memórias que o tempo não apaga
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ResponderEliminarA Maria do Rosário Pedreira tem uma poesia que nos toca como se corpo tivesse.
Um beijo
Obrigada, Piedade. Eu também gosto de toda a sua poesia. Beijo :)
ResponderEliminarCC, pois é... Há tempos comprei a Poesia Reunida, mas acabei por oferecê-la. Hoje veio outro volume ter comigo. :)
Mar Arável, :).
Lídia, assim é. :) Beijo