Não venho falar-te das tormentas,
Nem das horas em que, esquecidos de nós,
Nos entregámos nos braços sempre ávidos
Da angústia.
Não quero lembrar-te
Como, em noite de pesadelo,
O silêncio se abateu
sobre as nossas certezas
Como condenação
sem direito a fiança.
Venho, antes, dizer-te que afastei as negras aves
Que outrora ousaram roubar-nos a paz,
Que me esforcei por limpar de ervas daninhas
os canteiros onde quis que florescêssemos.
Quero, antes, devolver-te a brisa que nos
Trouxe à comunhão,
A luz que guia os nossos passos
Num caminho feito de partilha.
Ouso, antes, lembrar-te
Que depois de uma tarde de chuva
Fica sempre o odor a musgo e a terra molhada
E que a própria chuva
Não é nota destoante
numa qualquer etérea melodia.
Mais um dos meus devaneios, pretensamente poéticos, que é de Janeiro ou Fevereiro de 2011 e que acabei de reencontrar...
É sempre bom para a paz afastar as "negras aves" e "limpar as ervas daninhas"...
ResponderEliminarExcelente poema. Ainda bem que o encontraste.
Um beijo, querida amiga.
Muito obrigada, amigo poeta. Um beijo e votos de bom resto de semana. :)
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