sexta-feira, abril 12, 2013

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                                                            (Imagem de Soizick Meister)

Magros de sentimentos
Arrastamo-nos por dias
De modorra e de silêncio.

Buscamos, na luz opaca,
Agasalho para um coração
exilado de abraços e de ternura.

Procuramos, na monótona cor,
a flor rubra, o sopro
que nos falha, a voz
que em nós finda.

Deslizamos, sonâmbulos,
pela berma do que fomos,
onde não restam seiva ou sangue,
onde já não pousam cantos
nem voos de aves.

Ali, onde as sementes
se esqueceram
de amadurecer flores.
Ali, onde nos sobram horas
e braços
para tão pouca vida.

deep/ Abril de 2013

4 comentários:

  1. Obrigada. :) Talvez seja mais fácil escrever sobre a tristeza, ainda que não estejamos tristes.

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  2. ... entretanto ...

    ainda não privatizaram o sol

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  3. Um "devaneio poético" muito bonito!
    Com muita paciência, consegui entrar e comentar. Não sei se viu o meu recado lá no meu blogue. Ontem tentei ver o seu blogue, mas ficava bloqueado. Hoje estou a conseguir, mas leva tempo. Está sempre a "dizer" o blogspot não responde.
    Enfim, cá estou a conseguir!...

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