domingo, janeiro 27, 2013

Não mais que um devaneio


(T-o-M, 2012)

Chegamos de mãos vazias.
Trazemos os ouvidos 
cansados de muitas histórias inúteis, 
o olhar vago, o coração gasto
de tantas esperas vãs...
Do amor não sobra mais 
do que a espuma do café
que bordeja o interior da chávena,
a esperança, essa, parece querer partir 
na primeira passa do cigarro
que fumamos apressados...
Como se alguém nos esperasse
num qualquer aconchego,
como se houvesse ainda
caminhos que valha a pena
palmilhar,
como se pudesse
ainda um qualquer rio
conduzir-nos à imensidão
do mar, em que possamos,
para sempre,
perder-nos...


5 comentários:

  1. Há sentimentos que se reduzem a espuma.
    Mas o mar existe...
    Magnífico poema, gostei muito.
    Tem um bom resto de domingo e uma boa semana.
    Beijo.

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  2. mas existe sempre o amanhã.
    existe a esperança.
    existe a vida.
    e existe quiçá, uma réstia de amor.
    belo poema!
    beijo

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  3. O mar é imenso e, na terra, também há imensidão. :)

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  4. Obrigada a todos pelas palavras simpáticas e por me fazerem companhia.

    Votos de boa semana. :)

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