Ressoam nas colinas do silêncio
as palavras paradas, por dizer:
sustidas, refreadas, frias, tensas
apetece libertá-las, a saber,
avivar a língua, silabá-las,
atear-lhes a voz, pô-las a arder,
despertar-lhes os sentidos - e afagá-las
comprazidas num corpo de mulher.
Apetece acolher, pegar em duas
ou três das palavras soltas, nuas
e com elas longamente conversar,
e manter a mais rouca, mais bravia
- prelúdio matinal da rebeldia -
sobre as dunas do tempo a galopar.
Domingos da Mota
as palavras paradas, por dizer:
sustidas, refreadas, frias, tensas
apetece libertá-las, a saber,
avivar a língua, silabá-las,
atear-lhes a voz, pô-las a arder,
despertar-lhes os sentidos - e afagá-las
comprazidas num corpo de mulher.
Apetece acolher, pegar em duas
ou três das palavras soltas, nuas
e com elas longamente conversar,
e manter a mais rouca, mais bravia
- prelúdio matinal da rebeldia -
sobre as dunas do tempo a galopar.
Domingos da Mota
Autor e poema desconhecidos. Muito bom.
ResponderEliminarTambém desconhecia até ontem.:)
ResponderEliminarGrato pela divulgação PRELÚDIO.
ResponderEliminar(Cheguei aqui via blog Correio do Porto).
Errata: Grato pela divulgação do PRELÚDIO.
ResponderEliminarDomingos, sou eu quem deve agradecer - a sua poesia e a sua visita. Volte sempre. :)
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