sexta-feira, dezembro 17, 2010

A hora da partida

A hora da partida soa quando
Escurecem o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça.
A hora da partida soa quando
As árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse.

Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida.


Sophia de Mello Breyner Andresen

6 comentários:

  1. Sophia: tão comoventemente lúcida.

    Beijinho e bom fim-de-semana.

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  2. triste...

    bjokas

    maria3

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  3. Sophia...

    Que privilégio é termos entre nós, para todo o sempre, a sua poesia e com ela o seu espírito!...

    Boas Festas, deep!
    Beijinhos
    António

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  4. É tão bonito este poema. E Sophia tem sido minha companhia quase permanente, nos últimos tempos. A sua poesia está à minha cabeceira.

    Tenha um Natal pleno de afectos.

    Beijo

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  5. Excelente escolha.
    Querida amiga, desejo-te um Natal muito feliz, na companhia dos que mais amas.
    Beijos.

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