terça-feira, maio 12, 2009

num "mar de terra"

(Serra de Bornes, Abril de 2009)
Quando chegamos aos outros apenas pela escrita, tendemos a construir uma imagem de quem escreve. Há formas de escrever que transportam semblantes - serenos, sisudos ou divertidos -, a cor, o tamanho ou o desenho do cabelo, vozes - graves, agudas, pausadas, ansiosas. Até mãos - magras e de dedos finos e longos ou pequenas, robustas. Com o tempo, tecem-se, por vezes, entre quem escreve e quem lê, empatias e cumplicidades.
Quando se passa do mundo virtual para o real, a surpresa resulta sobretudo da diferença entre a imagem que construímos e a que os nossos olhos constatam, já que a cumplicidade e as palavras nos parecem aquelas que ficaram suspensas numa conversa do dia anterior. Há dias, quando conheci a menina que inscreve emoções numa ardósia, experimentei esta mesma sensação. Foi um encontro fácil e muito agradável também (como o foram outros encontros e reencontros que este mundo blogosférico me proporcionou e de que ainda vos hei-de dar conta). Para tal contribuíram, em parte, o clima primaveril, a magnifíca paisagem transmontana e as "dicas" de um amigo comum. Mas mais do que isso, foi a confirmação de uma empatia que já antes se revelara, foi permitir que as palavras se soltassem das letras, que deixassem a ardósia, transportando-as para um "mar de terra".

2 comentários:

  1. Belo mar na foto :)
    Menina...que bom é ser chamada de menina aos 44! Tens também um sorriso menino. Bjs e até às próximas histórias.
    ~CC~

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  2. Está linda a Serra! Parabéns tb pelo texto.
    CarpeDiem

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