segunda-feira, novembro 17, 2008

uma questão de identidade

(Da cozinha da "minha" casa, via-se a torre da igreja)
Nasci numa terra, da qual tenho apenas o dia em que nasci e mais dois ou três que permaneci no hospital, enquanto a minha mãe se restabelecia dos trabalhos a que eu a sujeitei - não deve ter sido por acaso que, no dia do meu nascimento, os Beatles lançaram o single "Get Back!".
Até aos quatro anos, dividi os dias entre duas localidades. Pouco antes de completar quatro anos, o meu pai encontrou emprego numa vila a alguns quilómetros, para onde a família se passou de "armas e bagagem". Aí vivi até aos dezassete e aí voltava todas as férias, como já referi noutra postagem, até ao Natal passado, altura em que, reformados, os meus pais regressaram às origens. Até há quase um ano, quando alguém me perguntava de onde era, não hesitava em dizer que era aquela a minha terra. O que é certo é que, desde que me despedi da casa, da rua e da vila que me viram crescer e onde vivi óptimos momentos, não consegui voltar - curiosamente sou o único membro da família que não o fez. Hoje, quando querem saber de onde venho, começo por hesitar para, de seguida, explicar quase toda a história. Na terra onde actualmente vivo e que é, nos papéis, a minha morada oficial, não consigo deixar de me sentir estrangeira.
Neste momento, há algo de que não tenho dúvida: sou transmontana!

3 comentários: