sábado, novembro 22, 2008

divisão de tarefas

Quando, há dias, cheguei a casa de uns amigos para um jantar - o terceiro de iguarias inéditas - deparei com o anfitrião no pátio a grelhar a carne. Na cozinha, onde me dirigi para guardar no frigorífico a sobremesa - um pudim de castanhas -, a parte da refeição que me coubera fazer, encontrei o B. a fritar as entradas - os rolinhos de bacon guarnecidos com banana e queijo. Ao longo da refeição, fui sabendo que, nos últimos dias, o J., que, por razões que lhe são alheias, tem visto o seu horário drasticamente reduzido, tem destinado parte do seu tempo a tarefas caseiras, entre as quais a confecção de compotas.
Nada do que presenciei e ouvi me surpreendeu, porque, nos vários anos de convivência com eles, já os vi assumir, sem protesto e por iniciativa própria, as tarefas de casa, entre as quais cozinhar, limpar e tratar dos filhos.
Há quem diga que as minhas amigas têm sorte, porque eles "ajudam". Antes de tudo, "ajudar" não me parece o verbo certo, porque tal implica fazer apenas parte das tarefas, como se estivessem a fazer um jeito às esposas e estas ainda tivessem que lhes agradecer por isso. "Cooperar" é, a meu ver, o termo certo, por supor a partilha equitativa do trabalho, para que ambos possam, depois, disfrutar, em simultâneo e na mesma medida, dos prazeres.
Mais: considero que a sorte é sobretudo deles, porque, revelando respeito pelas companheiras, ganham o respeito das próprias. Além disso, servem de exemplo aos filhos, que serão, decerto, pessoas menos egoístas. Ficam todos a ganhar.

4 comentários:

  1. Tenho um exemplar desses cá em casa e posso dizer-te que são cada vez mais. Os tempos mudam mesmo.

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  2. acho perfeitamente normal :P

    boa semana *

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  3. Absolutamente de acordo! Quanto à mudança dos tempos não sei, ainda é cedo para saber, parece-me :)
    ~CC~

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  4. Se são cada vez mais não sei. O que sei é que estas famílias são muito mais saudáveis e formam pessoas interessantes.
    Bjs

    P.S. Se são mais onde andam?

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