quarta-feira, julho 30, 2008

em terra de ninguém


Formulo intimamente a intenção de escrever umas linhas. Para ordenar o pensamento. Para registar impressões. Para sair do entorpecimento que me tomou desde cedo. Para matar o tempo que dista entre este momento e aquele que há-de levar-me nas asas de uma ave gigante.
As palavras cruzam-se em aparente desalinho no meu pensamento, como aparente é a desordem com que, neste cais, pessoas, línguas e destinos se cruzam.
Suponho-me anónima. Preciso de respirar anonimato.
Varreram-se da minha mente rostos e lugares familiares, como se tivessem ficado presos num tempo e num espaço até que eu regresse. Sinto este ponto de confluência como uma terra de ninguém, a que também pertenço, sem que me pertença.

Porto, 19 de Julho de 2008

6 comentários:

  1. O Porto provoca esses sentimentos...

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  2. ...por vezes é bem perdermo-nos na multidão. Ser invisivel para ver melhor o que nos rodeia...

    Beijicos

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  3. PASSAREI COM TEMPO , MAS ADIANTO QUE E MAGNÍFICO O LETRAS NESTE ECRÃ
    ZÉ MARTO

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  4. yashmeen, o Porto provoca sempre sentimentos especiais...

    rosário, de vez em quando, é mesmo uma necessidade perder-me no meio da multidão, embora, no Porto, nem sempre seja fácil, pois acabo por encontrar sempre alguém conhecido!

    Zé, imagino, então, que haja "máquina" nova!...

    Bom resto de semana para todos. :)

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  5. Aproveito a deixa de ser este um texto datado de 19 de Julho para agradecer os parabéns! Não foi confusão, era mesmo o meu aniversário...
    Beijnhos!

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  6. Excelente texto... Também eu às vezes me sinto assim... Há sempre a tentação de nos projectarmos ...
    cordialmente
    JRMarto

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