terça-feira, março 25, 2008

uma questão de educação

Muito se tem falado e escrito sobre a agressão da aluna de uma escola do Porto a uma professora. Não compreendo a razão de tamanho "alarido" à volta do incidente. Para quem é que situações destas são novidade? Parece que muitas pessoas deste país têm assumido uma atitude autista face ao que se passa nas escolas, que estão longe de ser lugares paradisíacos. Este incidente só é diferente de outros - quotidianos em alguns estabelecimentos de ensino - por ter vindo a público. Com maior ou menor incidência, de forma mais ou menos evidente, em todas as escolas, professores, alunos e auxiliares são alvo da falta de educação e da brutalidade, verbal ou física, de meninos mal educados que nunca aprenderam o respeito pelo outros.
Actualmente, os professores não só não são senhores de fazer cumprir os regulamentos das escolas, em que se inclui a proibição do uso de telemóvel, como se arriscam a longos confrontos verbais sempre que pedem a um aluno para sair da sala por ter tido um comportamento desajustado do contexto da aula. Raro é o aluno que acede, com humildade, apanhar um papel que propositada ou intencionalmente deitou ao chão ou que acate, sem protesto, uma advertência por ter proferido uma palavra menos própria ou por ter dado um encontrão a alguém. Por norma, não só não acata, como troça e repete o acto numa atitude provocatória.
Comum é o vandalismo gratuito sobre os espaços e os objectos - mesas, cadeiras, estores, cacifos -, que todos nós pagamos.
Estou convencida - há muito tempo - que as situações menos agradáveis que vão acontecendo nas escolas - abandono escolar incluído - se veriam solucionadas ou atenuadas se houvesse a coragem de responsabilizar os pais pelos actos "irreflectidos" dos "rebentos". Talvez alguns deixassem de dizer "Eu já não sei o que lhe hei-de fazer, minha senhora! Nós damos-lhe tudo." Parte do problema talvez passe por aqui: por darem tudo, menos atenção e educação.

2 comentários:

  1. Quem é professor, como eu, bem sabe que estas situações ou outras bem piores são quase o pão nosso de cada dia...

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  2. É, realmente, de bradar aos céus a situação em que nos encontramos.

    Triste sina a daqueles que são obrigados a fazer modo de vida duma profissão destas, em condições tais.

    Bjo

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