segunda-feira, dezembro 10, 2007

conselhos II

Na sequência do post anterior, o Nilson deixou, gentilmente, um poema da sua lavra na minha caixa de comentários, que partilho convosco:
Procuramos o ideal atolados em pântanos, somos árvores perdidas a triturar verdades escuras que adubam o chão por onde se passeiam as raízes que nos sustentam. Apascentamos a alma e engordamos a razão num choro sereno, imploramos que os braços se tornem frondosos e abarquem um céu sempre azul, filtrado das chuvas ácidas que teimam em irrigar com prantos negros as impotências da vida. Esgravatamos as entranhas do saber para encontrarmos o sílex do desejo, dissolvemo-nos na pirólise de maciços rochosos que embargam horizontes, percorremos o mapa do querer em nascentes de força que devorem o húmus indeclinável. Somos Deuses, fazemos milagres para que a seiva chegue aos frutos que queremos ao sol, suspensos à sombra dos nossos ramos. Obrigada, Poeta!

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