domingo, maio 27, 2007

Devo, finalmente, ser honesta comigo própria (bolas, de vez em quando também mereço respeito!): não gosto de festas com data, hora e roupa marcadas. Se fosse daquelas pessoas que faz qualquer sacrifício por um almoço alarve de marisco e leitão, ainda se compreenderia... Na verdade, a meio de um almoço desses, salvo raras - atrever-me-ei a dizer "raríssimas" - vezes, já concluí que prefiro carnes assadas e temperadas pela minha mãe e que, apesar de não ter mão para a cozinha, as minhas sobremesas fazem corar de vergonha as de muitos restaurantes. Mas pior, pior, é conhecer apenas as pessoas que me dirigiram o convite, que, ainda que tivessem alegado ter feito a festa com o pretexto de estar com os amigos, ficam demasiado atordoadas e preocupadas com pormenores para poderem cumprir a promessa feita. Invariavelmente, chego ao fim do dia com o corpo maçado como se tivesse levado uma sova e os músculos do rosto doridos dos sorrisos e das conversas de circunstância forçados. Penso que consegui a minha vingança: depois de um pequeno almoço de café e torradas - que não dispenso quando tenho tempo - devolvi-me aos lençóis para terminar, de um fôlego, A Catedral Verde do João Aguiar, que rematei, por sugestão do protagonista, com uma caneca de chá verde - o meu com jasmim - pois o tempo não pede outra coisa. O trabalho? Ah, esse aguarda-me - não sei se impaciente ou não, porque ainda não ousei chegar perto...

5 comentários:

  1. são detestáveis "festas" assim...

    e o trabalho, apesar de ameaçador, pode sempre esperar um pouquinho em fim-de-semana!


    ***

    ResponderEliminar
  2. Ai, sabe tão bem esse programa dominical... Muito melhor que essas almoçaradas cansativas!

    ResponderEliminar
  3. Aos livros e lençois só damos mesmo sorrisos verdadeiros.

    Quanto ao chá...

    ResponderEliminar